CAMINHOS



Os caminhos podem ser muitos na vida. Mas também existem pessoas que percorrem apenas um caminho a vida inteira. Se for o verdadeiro caminho dessas pessoas, ele é o suficiente para fazê-las crescer, evoluir, ser feliz.

Existem vários tipos de caminhos. Desde caminhos profissionais até caminhos espirituais. Muitas vezes trilhamos vários caminhos durante nossa jornada, dos mais variados. Outras vezes não, nos contentamos com poucos.

O importante é que a maioria dos caminhos é válida. Pois as pessoas são diferentes, têm naturezas diversas, energias distintas, destinos próprios.

Um caminho espiritual, por exemplo, pode ser maravilhoso para um, mas não servir para outro.

Assim como existem vários caminhos profissionais ou de estilo de vida que são válidos, assim também é na esfera da espiritualidade. É como o ditado: "Todos os caminhos levam a Roma". É claro que há caminhos que não levam, mas não estou falando desses.

Há pessoas que não seguem um caminho espiritual, mas isto já é um caminho. Ser ateu, por exemplo, é um caminho, que também deve ser respeitado. De maneira alguma ser ateu quer dizer que a pessoa não seja do bem, não tenha bons sentimentos. Muitas vezes pode até ser alguém que está num momento mais evoluído do que outros que seguem alguma religião. E estes, exatamente por isto, podem achar que têm mais conhecimento, que são seres iluminados, não percebendo os seus egos inflados e seus pré-julgamentos. Não que a religião faça isto. Mas é a própria pessoa que, muitas vezes, sem perceber, a usa para exaltar o seu ego, e muitas vezes, também, para controlar o outro. Além de que religião não é a mesma coisa que espiritualidade. Esta última é mais interna e pessoal, ao mesmo tempo em que é mais abrangente, e independe de religião.

Respeitar o caminho do próximo, sua escolha, não julgar, é muito difícil. Mas devemos tentar se queremos mesmo crescer, evoluir. Todos nós julgamos: o ateu, o católico, o umbandista, o kardecista, o budista, o pagão, o mago, o cabalista, o evangélico, o bruxo, desculpe se esqueci de você, mas você também julga. Claro que não podemos generalizar, mas falo da maioria, inclusive de mim - poderia a te me justificar, mas não vou fazer isto, pois sempre temos uma justificativa para os nossos erros.

Sabe por que julgamos? Porque não entendemos alguém que pensa diferente de nós. Por exemplo, se somos artistas, julgamos os “engravatados”, que por sua vez nos julgam. E todos esquecem que cada um tem sua função importante na sociedade, neste mundo. Que um é importante para o outro, mesmo que não se identifiquem. E é aí que está o pulo do gato: APRENDER A CONVIVER COM AS DIFERENÇAS. Acho que esta é a chave para a grande evolução. E quem sabe, ao se permitir conhecer o outro, não encontraremos grandes afinidades, independente do papel social que aquela pessoa personifica? Ou talvez, exatamente por ela ser tão diferente, ela não vai nos descortinar um mundo novo, cheio de novas e interessantes descobertas e possibilidades?

Permanecer fiel às nossas escolhas é muito importante, mas precisamos aprender a respeitar a escolha do outro também. Precisamos entender que cada um sabe de si, ou pelo menos deveria. O que é bom pra nós não é necessariamente bom para o outro e vice-versa. Isto não impede a troca, mas o outro precisa querer esta troca. Ele não está errado se ele não quiser. Ele tem o tempo dele, ele tem o seu próprio universo.

Acredito que a melhor forma de colocar em prática a nossa espiritualidade é olharmos para nós mesmos e, a partir daí, fazermos nossas próprias escolhas, sem nos deixarmos influenciar, sem nos deixarmos pressionar, mas sabendo respeitar também a escolha do outro.

Anna Leão





Anna Leão (Favor mencionar autoria e fonte ao reproduzir este artigo).


Comentários

Lydiah de Arddhu disse…
Minha querida Anna,

como estamos em sintonia, não é mesmo?!

Uma frase sua entrou certeira, feito flecha, em meu ser:

"PRECISAMOS APRENDER A CONVIVER COM AS DIFERENÇAS"

Na mesma hora que li, pensei:

"Preciso aprender a conviver com as minhas diferenças também!!!"

Vou me descobrindo muitas numa só - e ao mesmo tempo em que isso é fascinante, também é assustador.

Mas estou aprendendo, amiga... estou aprendendo...

Beijo enorme no seu coração,
Lydiah.